domingo, 19 de novembro de 2017

«Eis que Eu venho para morar no meio de ti»

Apresentação da Virgem Santa Maria
21 Novembro 2017




A Apresentação de Maria ao templo de Jerusalém é descrita apenas nos evangelhos apócrifos. O imperador Justiniano mandou construir junto desse templo uma basílica, Santa Maria a Nova, que foi dedicada no dia 21 de Novembro de 543. A memória litúrgica da Apresentação de Maria começou a ser celebrada em Constantinopla, no século VIII, espalhando-se pouco a pouco no Oriente. 

No Ocidente, esta festa também se desenvolveu lentamente. Em 1472 foi alargada a algumas igrejas latinas, parecendo no Missal Romano apenas em 1505. É uma daquelas festas que, no dizer de Paulo VI, «para além do dado apócrifo, propõem conteúdos de alto valor exemplar e dão continuidade a veneráveis tradições» (Marialis cultus 8).


Primeira leitura: Zacarias 2, 14-17

Rejubila e alegra-te, filha de Sião,
porque eis que Eu venho para morar no meio de ti
-      oráculo do Senhor.
Naqueles dias, muitas nações se unirão ao Senhor
e serão meu povo;
habitarei no meio de ti,
e saberás que o Senhor do universo me enviou a ti.
O Senhor possuirá Judá como sua porção na Terra Santa
e escolherá ainda Jerusalém.
Cale-se toda a criatura diante do Senhor,
porque Ele se eleva da sua morada santa.

Este oráculo é provavelmente da da época da reconstrução do Templo de Jerusalém, quando alguns israelitas ainda estão longe da pátria e surgem fortes esperanças de renascimento.

Os três versículos que escutamos são tirados da terceira das oito visões em que Zacarias escuta os oráculos do Senhor. Neles ecoa a convicção forte dos israelitas: Deus vive no meio do seu povo, a sua casa é o Templo de Jerusalém.

O texto de Zacarias confirma a fé, dá esperança robustece a atitude, porque o Senhor está no Templo, garante nele a sua morada, e anuncia a sua disponibilidade para acolher todos, israelitas e gentios. Esta presença, que provoca júbilo, há-de levar também à contemplação silenciosa do mistério.


Evangelho: Marcos 3, 31-35

Naquele tempo,
chegam sua mãe e seus irmãos que, ficando do lado de fora,
o mandam chamar.
A multidão estava sentada em volta dele,
quando lhe disseram:
«Estão lá fora a tua mãe e os teus irmãos que te procuram.»
Ele respondeu: «Quem são minha mãe e meus irmãos?»
E, percorrendo com o olhar os que estavam sentados à volta dele,
disse: «Aí estão minha mãe e meus irmãos.
Aquele que fizer a vontade de Deus,
esse é que é meu irmão, minha irmã e minha mãe.»


Jesus ultrapassa a crise aberta com os seus familiares, particularmente com a Mãe e os irmãos, alargando os limites da familiaridade com Ele a quem quer que que cumpra a vontade de Deus. Os verdadeiros familiares do Senhor são aqueles que «fazem» a vontade de Deus: «Aquele que fizer a vontade de Deus, esse é que é meu irmão, minha irmã e minha mãe» (v. 35).

Na perspetiva de Jesus, a vontade de Deus não há-de feita com a atitude de um escravo que executa ordens do dono, mas com o dinamismo e a criatividade de alguém que sabe escutar e ser coerente com a Palavra escutada.


(In, www.dehonianos.org)

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