quarta-feira, 22 de novembro de 2017

A Custódia da Terra Santa - 1

A Custódia da Terra Santa



Quem peregrina à Terra Santa embate com uma realidade surpreendente de presença cristã: os Franciscanos da Ordem do Frades Menores, fundada por S. Francisco de Assis.

Os principais protagonistas dos Lugares Santos são os frades menores. Eles cumprem a sua missão nesta terra, impulsionados por seu fundador, São Francisco de Assis, que aqui os veio visitar em 1217.

“Custodiar significa antes de tudo amar, cuidar, estar ao alcance do coração, estar próximo. Custodiar, para nós hoje, significa estar sobre estes lugares, dar-lhes vida com a liturgia, pregando e animando-os”
Frei Pierbattista Pizzaballa, Custódio da Terra Santa

Importa pois conhecer a história desta presença contínua ao longo de 8 séculos.

1 - O período da fundação da Custódia da Terra Santa
Na prática a origem da Custódia da Terra Santa si dá em 1217, ano no qual, em Santa Maria dos Anjos, próximo de Assis, se celebra o primeiro Capítulo Geral dos Frades Menores. São Francisco, em um gesto inspirativo, decide mandar os seus frades a todas as nações. 


O mundo foi, por assim dizer, dividido em “Províncias” franciscanas e os frades, partindo de Assis, dividiram-se aos quatro pontos cardiais. Naquela solene ocasião, não foi esquecida a Terra Santa. Entre as onze Províncias-Mães da Ordem, apareceu também a Província da Terra Santa. Nos documentos foi apresentada com nomes diferentes: Província da Síria, da România ou Ultramarino. 

Esta Província era composta por Constantinopla e o seu império, pela Grécia e suas ilhas, pela Ásia Menor, Antioquia, Síria, Palestina, a ilha de Chipre, Egito e todo o resto do Oriente.

A Província da Terra Santa, seja pela vastidão do seu território, seja pela presença dos Lugares Santos, sempre foi vista com especial consideração. Era apresentada, desde o início, como sendo a “Província” mais importante da Ordem. Por isso, talvez, tenha sido confiada aos cuidados de frei Elias, um expoente na fraternidade que surgia, seja por seu talento organizativo, seja por sua vasta cultura. Seria interessante conhecer as iniciativas de frei Elias para organizar e consolidar esta Província da Ordem, levando em conta os problemas existentes naquele ambiente e por sua grande extensão geográfica.
O zelo e a qualidade de um bom governo que distinguiam frei Elias, devem ter-lo impulsionado, durante os anos de seu mandato, a lançar as bases do apostolado franciscano em todas as regiões situadas na Bacia Sul – Oriental do Mediterrâneo. 



Em 1219, o próprio São Francisco quis visitar pelo menos uma parte da Província da Terra Santa. Os documentos que relatam a presença do “Pobrezinho de Assis” entre os Cruzados, sobre os muros de Damieta, são do conhecimento de todos. Como também é conhecido o encontro de São Francisco com o Sultão Egípcio, Melek-el-Kamel, neto de Saladim o Grande. Os mesmos documentos relatam que Francisco, depois de ter deixado Damieta, dirigiu-se à Síria. 



De qualquer modo, a visita de São Francisco aos Lugares Santos se deu entre 1219 e 1220. Referente a isto Jacques de Vitry, bispo de São João de Acre (cidade conhecida como Tolemaida), escreveu: “O mestre desses frades, que é também o fundador da Ordem, chama-se Francisco. É amado de Deus e venerado por todos os homens. Veio ao nosso exército cheio de zelo pela fé. Não teve medo de passar até o campo dos inimigos”.

Durante sua breve viagem, São Francisco indicou aos futuros missionários franciscanos de que modo eles deveriam habitar naquelas regiões e qual seria o seu campo específico de atividades. No entender do “Pobrezinho”, a Evangelização deve ser feita amigavelmente e com extrema humildade, exatamente como ele fizera com o Sultão. Os Lugares Santos devem ser amados e venerados por sua estreita relação com os momentos mais significativos da vida de Cristo.



In, www.custodia.org

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