Período de organização
Destinada a recolher o comando e a
herança dos Cruzados, a Província da Terra Santa é agora lançada à conquista
específica dos Lugares Santos e destinada a representar os interesses da Igreja
Católica no Oriente. A sua existência jurídica é reconhecida tanto pelas
autoridades eclesiásticas quanto pelas civis muçulmanas.
Em 1347 os franciscanos tomaram posse em Belém como habitantes oficiais da Basílica e da Gruta da Natividade. Em 1363, Joana, rainha de Nápoles e da Sicília obteve uma assinatura do Sultão do Egipto. Por força desta assinatura, os franciscanos alcançaram o direito de posse da Edícula e do Túmulo de Maria, no vale de Josafat. Em 1375, do convento de Belém, os franciscanos receberam também a posse da chamada Gruta do Leite, situada nas proximidades daquela da Natividade de Nosso Senhor. Em 1392, obtiveram o direito oficial da Gruta do Getsémani situada no vale de Josafat, a poucos metros do Túmulo de Maria. Em 1485, readaptaram o culto à Gruta da Natividade de São João Batista em Ain Karem.
Com o aumento dos compromissos, sentiu-se a necessidade de uma legislação adequada. Em 1377, foram constituídos os primeiros Estatutos da Terra Santa. Esses deram um grande incremento às prescrições enunciadas na Bula Gratias Agimus, prescrevendo que o número de religiosos que prestavam serviço na Terra Santa não superasse os vinte. Naquilo que diz respeito à actividade, os frades deveriam ocupar-se, além do culto religioso nos santuários, deveriam atender também os peregrinos europeus que vinham visitar os Lugares Santos.
Em 1444, Lausana sediou o Capítulo Geral dos Frades Menores. Os capitulares, assim como nas assembleias gerais precedentes, trataram dos problemas da Terra Santa e deram-se conta que seria necessário transformar a Custódia num órgão mais autónomo do que uma simples Província. Além de ter que incrementar o numero de religiosos a seu serviço. Dezasseis anos mais tarde, exatamente em 1430, foi estabelecido que o Custódio da Terra Santa fosse eleito pelo Capítulo Geral, prática que foi mantida por três anos. Em seguida a eleição do Custódio da Terra Santa foi feita pelo Ministro Geral juntamente com seu Conselho, e esta norma respeita-se até os dias de hoje.
Em 1347 os franciscanos tomaram posse em Belém como habitantes oficiais da Basílica e da Gruta da Natividade. Em 1363, Joana, rainha de Nápoles e da Sicília obteve uma assinatura do Sultão do Egipto. Por força desta assinatura, os franciscanos alcançaram o direito de posse da Edícula e do Túmulo de Maria, no vale de Josafat. Em 1375, do convento de Belém, os franciscanos receberam também a posse da chamada Gruta do Leite, situada nas proximidades daquela da Natividade de Nosso Senhor. Em 1392, obtiveram o direito oficial da Gruta do Getsémani situada no vale de Josafat, a poucos metros do Túmulo de Maria. Em 1485, readaptaram o culto à Gruta da Natividade de São João Batista em Ain Karem.
Com o aumento dos compromissos, sentiu-se a necessidade de uma legislação adequada. Em 1377, foram constituídos os primeiros Estatutos da Terra Santa. Esses deram um grande incremento às prescrições enunciadas na Bula Gratias Agimus, prescrevendo que o número de religiosos que prestavam serviço na Terra Santa não superasse os vinte. Naquilo que diz respeito à actividade, os frades deveriam ocupar-se, além do culto religioso nos santuários, deveriam atender também os peregrinos europeus que vinham visitar os Lugares Santos.
Em 1444, Lausana sediou o Capítulo Geral dos Frades Menores. Os capitulares, assim como nas assembleias gerais precedentes, trataram dos problemas da Terra Santa e deram-se conta que seria necessário transformar a Custódia num órgão mais autónomo do que uma simples Província. Além de ter que incrementar o numero de religiosos a seu serviço. Dezasseis anos mais tarde, exatamente em 1430, foi estabelecido que o Custódio da Terra Santa fosse eleito pelo Capítulo Geral, prática que foi mantida por três anos. Em seguida a eleição do Custódio da Terra Santa foi feita pelo Ministro Geral juntamente com seu Conselho, e esta norma respeita-se até os dias de hoje.
Em 1517 a Custódia da Terra Santa, por manter sua denominação, conquistou plena autonomia através da configuração à Província. Simultaneamente ao progressivo definir-se da figura jurídica, a Custódia obteve da Santa Sé particulares poderes e autorizações em diversos sectores, mas sempre em vista de uma presença mais dinâmica dos frades na Terra Santa. Os frades puderam assim empenhar-se mais, especialmente na assistência espiritual aos peregrinos, porém mais ainda na actividade ecuménica, que teve o seu primeiro grande momemto durante o Concílio de Florença (1431-1443). Nesta ocasião conseguiu-se a reconciliação entre os cristãos separados do Oriente e a Igreja Católica. Esta reconciliação logo se revelou transitória, e durante aproximadamente dois séculos, os franciscanos de Terra Santa, representaram quase que a única possibilidade “in loco” de relações directas e autorizadas do mundo católico com as Igrejas separadas do Oriente Médio. As relações com as Igrejas orientais continuaram mantendo-se vivas, até os dias de hoje, adequando-se às diversidades dos tempos e das situações juntamente com as inúmeras iniciativas da Santa Sé no intuito de reavivar os contatos e o espírito ecuménicos. Este apostolado especial, apesar das interrogações, não é reconhecido como realmente mereceria.
Outra atividade que lamentavelmente ficou na sombra da história dos franciscanos na Terra Santa é aquela da assistência espiritual aos comerciantes europeus que residiam ou estavam de passagem nas cidades do Egipto, da Síria e do Líbano. Esta atividade que no início não era organizada e se dava conforme as oportunidades favoráveis foi melhor constituída. Na segunda metade do século XVI a assistência espiritual tornou-se mais ou menos contínua, até a assumir no século XVII um caracter estável, com a criação de residências para melhor atender as necessidades presentes. Os franciscanos que desde o início se haviam tornado capelães de Cônsules e de colónias comerciais europeias. Consolidando-se assim, como apóstolos a serviço de todos, “irradiando a luz do Evangelho” em torno de suas residências, que pouco a pouco, se configuravam em verdadeiras paróquias com inúmeras obras e actividades de todos os géneros.
A evangelização na Terra Santa, em alguns momentos da história, foi promovida até em favor dos fiéis da religião muçulmana, tanto em forma de evangelização pessoal como colectiva. Empenho este que sempre trouxe resultados diferentes, algumas vezes tendo como consequência a morte de alguns frades. Foram mortos, em 1391, os quatro mártires canonizados pelo Papa Paulo VI no dia 21 de julho de 1970: Nicolò Tavelich (croata), Stefano da Cuneo (italiano) e Deodato da Rodez e Pietro da Narbona (franceses). A respeito destes mártires, no discurso pronunciado pelo Papa durante a cerimónia de canonização, dentre outras coisas foi afirmado: “estamos diante de um testemunho paradoxal, contrastante e vão, porque foi logo acolhido, mas de grande preciosidade, porque foi autenticado com o dom da própria vida”.
Seja como for, a presença dos franciscanos na Terra Santa está, sobretudo ligada aos santuários e à manutenção dos Lugares Santos, mesmo porque, analisando mais profundamente, todas as outras actividades se criaram partindo da ligação com os santuários e se fortificaram por causa da grande importância que tinham perante toda a Igreja. Desde o início deste período, que nomeamos como período de organização, os franciscanos empenharam-se em reconstruir os santuários da Terra Santa que com o tempo se encontravam em ruínas.
Em 1343 foi reformada a construção
cruzada do Cenáculo. Em 1479, sob a vigilância do frei João Tomacelli de
Nápoles, foi refeito toda a estrutura do telhado da Basílica da Natividade em
Belém. Para concluir tamanha obra, frei João contou com a ajuda: da República
de Veneza que doou a madeira necessária, Felipe o Bom que era Duque de Borgonha
suportou as despesas dos trabalhos e Eduardo IV, rei da Inglaterra, doou o
chumbo usado para a cobertura.
Os acontecimentos recordados neste período são muitos. É necessário recordar que os resultados positivos são todos fruto de negociações complexas e quase que intermináveis, na maior parte das vezes economicamente onerosas, mas enfrentadas sempre com imbatível tenacidade.
(in www.custodia.org)