Período
‘‘Moderno’’ - 4
A Custódia da Terra Santa continua a
desenvolver a sua missão providencial em favor dos Lugares Santos e a
multiplicar a sua actividade em benefício da população presente na área em que
actua. No que diz respeito aos Santuários, encontramos os seguintes passos: em
1867 a Serva de Deus Paulina Nicolay doou à Custódia o Santuário de Emaús; em
1875 foi feito a aquisição da VII Estação da Via Sacra; em 1878 o Santuário de
Naim; em 1879 concluíram-se as negociações referentes ao Santuário de Caná da
Galileia; em 1880 foi o ano da conquista do Santuário de Betfagé; entre 1889 e
1950 a Custódia garantiu a posse da V Estação, do “Dominus Flevit”, de Tabgha,
de Cafarnaum, do Campo dos Pastores junto de Belém, do Deserto de São João
Batista, do Monte Nebo, do local onde aconteceu o Batismo de Jesus nas margens
do Rio Jordão e de uma pequena área nas imediações do Cenáculo e de Betânia.
É principalmente durante este período em
que a Custódia da Terra Santa expandiu e desenvolveu a sua obra de reconstrução
parcial ou total dos Santuários. No início eram pequenas capelas. Os meios
económicos e as resistências sociais não permitiam fazer grandes edifícios.
Sobretudo no século XX, os franciscanos tentavam entender melhor os sentimentos
comuns dos seus fiéis que com toda razão exigiam que os Santuários fossem
incrementados para a dignidade e favorecimento das devoções.
Recordemos agora a multiforme atividade
de construção dos seguintes templos religiosos: em 1901 a construção da
Basílica de Emaús; de 1919-1924 a Basílica da Agonia no Gethsemani; de
1921-1924 a Basílica da Transfiguração no Monte Tabor; de 1952-1953 a
construção do novo Santuário de Betânia; de 1953-1954 aquele do Campo dos
Pastores nas proximidades de Belém; em 1955 o Santuário de “Dominus Flevit” na
descida do Monte das Oliveiras; de 1955-1969 a Basílica da Anunciação em
Nazaré.
Não obstante tanto trabalho ainda é
possível assistir a episódios de sangue derramado pelos frades, a exemplo do
ano de 1860 na cidade de Damasco. Ouve aí o desencadear-se de uma perseguição
dos Drusos contra os cristãos do Líbano e acabou alargando-se mais tarde em
direcção à Síria e a Damasco. A perseguição teve origem no decreto assinado em
Paris em 1856 por parte do Sultão Abdul-Megil, no qual reconhecia igualmente
todos os seus súditos, sem distinção de raça ou religião. A perseguição
resultou em cerca de sete mil mortos entre os quais o Beato frei Emanuel Ruiz e
seus companheiros mártires. Outro caso de martírio ocorreu na Turquia em 1895
quando foi assassinado o frei Salvador Lilli, mártir que mais tarde veio
canonizado.
O clima histórico daquele período pode ser compreendido se fizermos uma leitura da crónica de um acto sanguinário ocorrido em Jerusalém em 1901, quando, também em consequência da imposição do Status Quo, criaram-se situações de grande tensão. Nesta ocasião os factos da discussão eram relacionados com os direitos de varrer o pátio ao lado das escadas que dão acesso à capela, conhecida como Capela dos Francos. Os monges gregos agrediram os frades, deixando alguns deles com ferimentos graves por causa das pedras que estavam depositadas nos terraços próximos ao pátio.
Por fim, em 1920, por causa da
perseguição contra os armênios, três sacerdotes e dois frades foram mortos
pelos turcos. Para concluir esta síntese histórica da Custódia da Terra Santa
citaremos as palavras da Exortação Apostólica Nobis in Animo, que o
Papa Paulo VI emanou em 1974: “Não sem um
designo providencial, as façanhas históricas do século XIII trouxeram à Terra
Santa a Ordem dos Frades Menores. Os filhos de São Francisco, daquele momento
em diante, permaneceram na Terra de Jesus para servir a Igreja Local e para
custodiar, restaurar e proteger os Lugares Santos. A fidelidade destes frades,
ao desejo do seu fundador e a incumbência dada pela Santa Sé, foi muitas vezes
marcada por actos de extraordinária virtude e generosidade”.
(in, www.custodia.org)
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